Bio
Evanilson Alve é natural de São Felipe-BA, mas reside em Salvador. É Idealizador do Sarau da Onça e do Grupo Ágape. É poeta, músico, articulador de juventude, professor da Fundação da Criança e do Adolescentes – Fundac, produtor cultural, e também escritor, tem dois livros lançados, sendo eles: “O diferencial da favela poesias quebradas de quebrada” (2014) e “A Poesia Cria Asas” (2014). Seus versos são impactantes, sobretudo os textos de protesto, que levam a uma reflexão e despertar do senso crítico acerca da realidade, cenas, e situações do cotidiano. Sem dívida é um dos nomes que vem se destacando na literatura periférica/marginal baiana. Participou do projeto “Mediação de Literatura na pauta do #MusEuCurtoArte”, promovido pela Fundação Cultural do Estado da Bahia, em que Saraus das periferias de Salvador fizeram intercâmbio dias 13 e 27 de setembro de 2015, no Museu de Arte da Bahia, cuja programação incluiu apresentações de livros e oficina de literatura marginal. Participou, em 2014, como poeta do evento do Boca de Brasa, promovido pela Fundação Gregório de Matos e Prefeitura Municipal do Salvador, comemorativo e de finalização da série de oficinas realizadas em vários bairros da cidade, inclusive Sussuarana; Participou, recitando poemas e como oficineiro no Festival Negra América, em 2015, evento promovido pela Ong Cipó, no subúrbio ferroviário de Salvador; Participou, em 2015, como modelo fotográfico e recitador no evento Cidade das Cores, no Espaço Cultural Barroquinha, em Salvador, evento promovido pelo Instituto Mídia Étnica.
Produção Literária
Menino Douglas
Cheio de vida
Um adolescente normal
Estudante do ensino médio
Trabalhador informal
Minha mãe uma rainha
Meu irmão sem igual
Acostumado a acordar cedo
Tenho prazer em trabalhar
Minha outra paixão
A alegria de estudar
Levo uma vida normal
Porém na volta pra casa
Uma abordagem policial
Sem reação esboçada
Um disparo fatal Caso pontual?
Ou vários disfarçados?
Nem estatística, nem dado
Foi negligência do Estado
Uma bala pra mim
No final das contas
Morri sem saber
“Porque o senhor atirou em mim?”
Desabafo
Eu digo o que penso
E falo sem medo
O que não posso é compactuar
Com tal falta de respeito
São becos e vielas
São baixadas, morros e guetos
Onde se encontra a maior parte
Do nosso povo negro
Que como todo ser humano
É gente que trabalha
É gente que estuda
É gente que madruga
Para obter o seu sustento
Pois é essa mesma gente
Forte e guerreira
Que dribla o sofrimento
E o preconceito
Pra levar uma vida consciente
Pare e entenda!
Repense suas atitudes
Antes de julgar, atirar
Ou na menor das hipóteses
Falar mal
E perceba que na favela
Nem todo mundo é marginal
Pra você agir ou proceder
Da forma que bem entender
Comprometendo a vida
No ricochete das balas
Ceifando o direito
Que um inocente tem de viver
Se tem o mínimo de caráter
Se é que lhe resta um mínimo
Não finja que desconhece
E não se faça de desentendido
Pois enquanto eu tiver forças
Na luta estarei envolvido
Chega de violência!
Chega de extermínio!
Publicações
- Poemas publicados no livro "A poesia cria asas" (Editora Galinha Pulando), 2014;
- O diferencial da favela: poesias quebradas de quebrada (Galinha Pulando Editora), 2014, A Poesia Cria Asas, 2014.